Quem são os autistas?

O quanto será que estamos conscientes sobre quem são e como vivem essas pessoas em nossa sociedade? Quantas pessoas você conhece com Transtorno do Espectro Autista? Acredito que bem mais do que uma. Basta olhar ao seu redor, no seu dia a dia.

"Quantos autistas haverá no futuro?" Escuto essa frase com certa frequência. Mas qual futuro? Eu me pergunto. Porque o futuro é AGORA! Os autistas SEMPRE estiveram por aí, e a sociedade nunca os reconheceu ou soube lidar com eles.

Estudando a teoria do modelo social da deficiência, me deparei com um artigo do pesquisador Francisco Ortega, no qual ele diz:

"A deficiência não é uma tragédia pessoal; é um problema social e político. Ela não existe para além da cultura e do horizonte social e nunca pode ser reduzida ao nível biológico e/ou patológico. Só existem atributos ou características do indivíduo considerados problemáticos ou desvantajosos em si por vivermos em um ambiente social que considera esses atributos como desvantajosos. Por exemplo, andar de cadeira de rodas é um problema apenas por vivermos em um mundo cheio de escadas, e consideramos deficientes indivíduos que não olham nos olhos quando se comunicam, como é o caso dos autistas, apenas porque nossa sociedade estabelece o contato visual como um elemento básico da interação humana."

Não é incrível essa reflexão? Que tal começarmos a olhar para o autismo a partir dessa perspectiva? Podemos também ler um pouco mais sobre o tema, conversar com famílias de crianças autistas, com profissionais capacitados ou com aquele colega de trabalho que acabou de receber o diagnóstico. 😉

O autismo NÃO é doença. NÃO é contagioso. NÃO é epidemia. NÃO tem ligação alguma com a educação que se recebe dos pais. Também NÃO é falta de Deus. O autismo é um transtorno global do desenvolvimento e se manifesta de maneira bastante DIVERSA!

Como seria para você olhar para um autista como se ele fosse um estrangeiro? Alguém que fala outro idioma, mas que, em alguns momentos, se ESFORÇA ABSURDAMENTE para falar o seu idioma. Quero acreditar que você também faria algum esforço para falar esse idioma DIFERENTE.

Os autistas também são HUMANOS, mas à sua maneira!